Nunca, na história de São Sebastião, se ouviu falar de violência como agora, principalmente depois do programa Profissão Repórter, da TV Globo, ter apontado a nossa cidade como a mais violenta do Distrito Federal. Esse título só nos envergonha e serve de alerta para todos! Significa que algo de muito ruim está acontecendo. Mas de quem é a culpa? Bem, não cabe a mim, como líder comunitário, apontar um culpado, até porque não adianta chorar pelo o leite derramado. O problema existe e precisa ser resolvido urgentemente!
Diante da violência e do medo que tomou conta da comunidade faço os seguintes questionamentos: cadê os deputados distritais e federais que o povo elegeu? Cadê as leis e as políticas públicas aprovadas por eles para combater a violência no Distrito Federal? Há quem queira jogar toda a culpa por esta escalada de violência ao GDF e ao governo federal, mas será que eles são os únicos culpados? E o esforço do governador José Roberto Arruda de instalar Postos Policiais Comunitários em todos os lugares do DF não contam? Em minha opinião o problema só será resolvido quando governo e sociedade admitirem as suas parcelas de culpas e, juntos, dividirem as responsabilidades. Isso não significa, necessariamente, que se deva trazer para São Sebastião, Paranoá, Itapoã e Varjão o exército, a guarda nacional ou aumentar o número de penitenciárias. Se o uso da força desse jeito, a violência urbana já teria chegado ao fim nos países que adotam a pena de morte como os Estados Unidos, Arábia Saudita, China, Turquia, Afeganistão e etc... etc...
Mas se nada disso adianta como acabar, então, com a violência? Diria que existe sim, solução, mas faltam criatividade e força de vontade de alguns líderes que estão no governo. Isso inclui, também, a Câmara Legislativa do Distrito Federal. Partindo do princípio de que não adianta apenas criticar, aqui vão algumas sugestões:
1. O GDF não precisa acionar o exército e nem a guarda nacional para São Sebastião como querem alguns deputados distritais. Se isso acontecer, será a maior ofensa que alguém possa fazer a uma cidade que até pouco tempo atrás era tida como pacata! Sem contar que a sua imagem irá despencar ainda mais!;
2. Aumentar o efetivo policial nos Postos Policiais Comunitários e, consequentemente, orientar as duplas de policiais para que andem a pé nas ruas dos bairros e interajam com os moradores. Isso fará com que a população adquira mais confiança na polícia;
3. Trazer para São Sebastião o mesmo sistema de segurança adotado pela 10ª DP do Lago Sul, que se tornou parceira da Administração Regional do Lago Sul e dos moradores no combate a violência. Os moradores que aderiram ao convênio com aquela delegacia, quando se encontram em situações de perigo, acionam a polícia discretamente, discando, apenas, uma tecla do aparelho de celular e, em cinco minutos, a viatura chega ao local do crime já com todas as informações sobre a residência e seus ocupantes;
4. O GDF, através das Secretarias de Segurança Pública, Secretarias de Justiça e Cidadania, Secretaria de Educação, Secretaria de Desenvolvimento Social (SEDEST), Conselho Tutelar da Criança e do Adolescente e ONG’s deveria adotar políticas públicas integradas de inclusão social voltadas para o combate da violência com base na assistência social e ajuda psicológica às famílias vítimas de traumas violentos causados pelo o assassinato de um ente querido ou pelo o uso de drogas. Esse tipo de apoio governamental será importante, ainda, para estruturar essas famílias, acabar com as gangues e com as guerras entre elas;
5. A Secretaria de Estado do Trabalho deveria ser usada, também, para criar frentes de trabalho de emergência para atuar na recuperação de estradas, construção de casas populares, consertos de máquinas e equipamentos das escolas públicas, limpeza dos córregos e recuperação do meio ambiente, como forma, também, de gerar emprego e renda e acabar com a marginalidade;
6. E, por último, a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal deveria instalar câmeras de segurança em pontos estratégicos de São Sebastião, Paranoá, Itapoã e Varjão para inibir a ação de criminosos e, sobre esse assunto, já conversei com o Secretário de Segurança Pública, Dr. Valmir Lemos de Oliveira.
Como podemos perceber, a solução para acabar com a onda de violência nestas cidades existe! Basta, apenas, que governo e sociedades se unam para colocarem em prática, pelo o menos, algumas destas sugestões!
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