30 de dez. de 2009

Chega de violência em São Sebastião

Nunca, na história de São Sebastião, se ouviu falar de violência como agora, principalmente depois do programa Profissão Repórter, da TV Globo, ter apontado a nossa cidade como a mais violenta do Distrito Federal. Esse título só nos envergonha e serve de alerta para todos! Significa que algo de muito ruim está acontecendo. Mas de quem é a culpa? Bem, não cabe a mim, como líder comunitário, apontar um culpado, até porque não adianta chorar pelo o leite derramado. O problema existe e precisa ser resolvido urgentemente!

Diante da violência e do medo que tomou conta da comunidade faço os seguintes questionamentos: cadê os deputados distritais e federais que o povo elegeu? Cadê as leis e as políticas públicas aprovadas por eles para combater a violência no Distrito Federal? Há quem queira jogar toda a culpa por esta escalada de violência ao GDF e ao governo federal, mas será que eles são os únicos culpados? E o esforço do governador José Roberto Arruda de instalar Postos Policiais Comunitários em todos os lugares do DF não contam? Em minha opinião o problema só será resolvido quando governo e sociedade admitirem as suas parcelas de culpas e, juntos, dividirem as responsabilidades. Isso não significa, necessariamente, que se deva trazer para São Sebastião, Paranoá, Itapoã e Varjão o exército, a guarda nacional ou aumentar o número de penitenciárias. Se o uso da força desse jeito, a violência urbana já teria chegado ao fim nos países que adotam a pena de morte como os Estados Unidos, Arábia Saudita, China, Turquia, Afeganistão e etc... etc...

Mas se nada disso adianta como acabar, então, com a violência? Diria que existe sim, solução, mas faltam criatividade e força de vontade de alguns líderes que estão no governo. Isso inclui, também, a Câmara Legislativa do Distrito Federal. Partindo do princípio de que não adianta apenas criticar, aqui vão algumas sugestões:

1. O GDF não precisa acionar o exército e nem a guarda nacional para São Sebastião como querem alguns deputados distritais. Se isso acontecer, será a maior ofensa que alguém possa fazer a uma cidade que até pouco tempo atrás era tida como pacata! Sem contar que a sua imagem irá despencar ainda mais!;

2. Aumentar o efetivo policial nos Postos Policiais Comunitários e, consequentemente, orientar as duplas de policiais para que andem a pé nas ruas dos bairros e interajam com os moradores. Isso fará com que a população adquira mais confiança na polícia;

3. Trazer para São Sebastião o mesmo sistema de segurança adotado pela 10ª DP do Lago Sul, que se tornou parceira da Administração Regional do Lago Sul e dos moradores no combate a violência. Os moradores que aderiram ao convênio com aquela delegacia, quando se encontram em situações de perigo, acionam a polícia discretamente, discando, apenas, uma tecla do aparelho de celular e, em cinco minutos, a viatura chega ao local do crime já com todas as informações sobre a residência e seus ocupantes;

4. O GDF, através das Secretarias de Segurança Pública, Secretarias de Justiça e Cidadania, Secretaria de Educação, Secretaria de Desenvolvimento Social (SEDEST), Conselho Tutelar da Criança e do Adolescente e ONG’s deveria adotar políticas públicas integradas de inclusão social voltadas para o combate da violência com base na assistência social e ajuda psicológica às famílias vítimas de traumas violentos causados pelo o assassinato de um ente querido ou pelo o uso de drogas. Esse tipo de apoio governamental será importante, ainda, para estruturar essas famílias, acabar com as gangues e com as guerras entre elas;

5. A Secretaria de Estado do Trabalho deveria ser usada, também, para criar frentes de trabalho de emergência para atuar na recuperação de estradas, construção de casas populares, consertos de máquinas e equipamentos das escolas públicas, limpeza dos córregos e recuperação do meio ambiente, como forma, também, de gerar emprego e renda e acabar com a marginalidade;

6. E, por último, a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal deveria instalar câmeras de segurança em pontos estratégicos de São Sebastião, Paranoá, Itapoã e Varjão para inibir a ação de criminosos e, sobre esse assunto, já conversei com o Secretário de Segurança Pública, Dr. Valmir Lemos de Oliveira.

Como podemos perceber, a solução para acabar com a onda de violência nestas cidades existe! Basta, apenas, que governo e sociedades se unam para colocarem em prática, pelo o menos, algumas destas sugestões!

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