5 de jan. de 2013

Leitores da Folha de São Paulo elegem combate à corrupção como desafio do Brasil para 2013


Esta semana o Painel do Leitor abriu a enquete para saber dos leitores, qual seria o maior desafio do Brasil no ano de 2013. No total, foram 562 votos.

A resposta mais selecionada pelos leitores foi "Combater a corrupção", com 219 votos, cerca de 39%.

Com 192 votos (34%), o tema "Crescimento do PIB" foi o segundo mais votado.
Ambas as escolhas receberam expressivas votações, e demonstraram a preocupação do leitor com os rumos da política e da economia do país.

Já os temas "Aumentar a transparência do governo", "Realizar a Copa das Confederações" e "Melhorar a Segurança Pública", receberam poucos votos, e juntos, somaram apenas 28% do total das escolhas dos leitores.

Se o ano de 2012 terminou promissor para o leitor em relação à política --devido ao julgamento do mensalão-- a economia ganhou a atenção por causa da divulgação do PIB de 2012.


Presidente Dilma Rousseff, que pediu "pibão grandão" para 2013


Segundo o Banco Central, a economia brasileira cresceu apenas 1% em 2012.

O fato trouxe inúmeras críticas à política econômica da presidente Dilma Rousseff, que respondeu : "Quero pibão grandão em 2013".

MENSALÃO

A enquete da semana passada teve um resultado avassalador, e comprovou a importância do ano de 2012 para os leitores em relação a justiça e a política: com 58%, ojulgamento do mensalão foi eleito o acontecimento mais importante do ano.
O resultado da enquete desta semana atesta a preocupação do leitor com o combate à corrupção.

Pode-se concluir que as enquetes demonstram que o ano de 2013 poderá ter muita importância para o futuro das eleições presidenciais de 2014, e para o futuro da política nacional.

O presidente do STF e relator do processo do mensalão, ministro Joaquim Barbosa, ganhou destaque em 2012

1 de jan. de 2013

Raça e genes x Cotas Raciais



Por: Hélio Schwartsman

O caderno sobre cotas que a Folha publicou no domingo mostrou, com exemplos de carne e osso, que aquilo que vemos como características raciais não corresponde necessariamente à biologia. A análise de DNA encomendada pelo jornal revelou que a estudante que se declarou negra tinha menos genes de origem africana do que a que se definiu como "muito branca".

A razão para a confusão é que o Brasil é um país miscigenado e a cor da pele, que tomamos como principal indicador de raça, é definida por um conjunto de cinco a dez genes que operam pelo modelo de interação. Se um branco tem um filho com uma negra, é provável que a criança exiba um cor intermediária. Mas, quando os pais são ambos mestiços, o filho pode herdar múltiplas combinações desses genes, ampliando o leque de colorações possíveis.

A questão central é se é lícito ou não falar em raças humanas. E aqui o debate é acirrado. De um lado, há cientistas, encabeçados pelo biólogo Richard Lewontin, que sustentam que raças são meras construções sociais, fruto da imaginação de nossas mentes essencialistas sem significado biológico ou taxonômico.

Do outro lado, estão autores como Anthony Edwards e Richard Dawkins, para os quais as categorias raciais têm algum valor informativo, já que existe correlação entre a frequência dos diferentes alelos de um gene numa população e a sua distribuição geográfica. Em outras palavras, as pessoas se parecem com seus pais e tendem a herdar várias de suas características. É útil para um médico saber se o paciente é negro na hora de diagnosticar uma possível anemia falciforme ou outra doença de maior prevalência nesse grupo.

A polêmica está longe de resolvida, mas, mesmo que a ciência venha a reconhecer a validade do conceito de raça, isso de modo algum legitimaria qualquer forma de discriminação. O argumento contra o racismo é moral, e não biológico.