Beneficiários do Bolsa Família. Imagem: Reprodução |
A segurança do Bolsa Família tem um significado tão forte para os moradores de Manari - como de muitos outros lugares no País - que rivaliza até mesmo com um emprego com salário bem mais alto.
Quando o repórter do Estado estava na Secretaria de Assistência Social, uma mulher veio perguntar se, uma vez aceitando um emprego com carteira assinada no Espírito Santo, o seu cartão do Bolsa Família, que vence em breve, não seria renovado. O funcionário respondeu que sim. A mulher, que tem um filho, disse ao Estado que então provavelmente não aceitaria o emprego. "Depois volto e fico sem cartão", teme ela. "Não quero ficar sem o cartão."
A mulher, que pediu para não ser identificada, disse que o salário oferecido era de R$ 700, para trabalhar de empregada doméstica. Ela recebe R$ 150 do Bolsa Família, e mais R$ 60 por mês como empregada doméstica em Manari - onde salários tão baixos são comuns. O funcionário contou que frequentemente as pessoas em Manari rejeitam empregos com receio de perder o Bolsa Família.
Lourival Sant'Anna
O Estado de S.Paulo