São Sebastião, cidade satélite de
Brasília, irá completar no dia 25 de junho, próximo, 20 anos de fundação e,
pelo visto, os investimentos em infraestrutura e saneamento básico não
acompanharam o crescimento da população que, a cada dia, está cada vez mais
exigente.
Os jovens têm recorrido às redes
sociais para reivindicar os seus direitos junto ao poder público no que diz
respeito a asfalto, esgoto a céu aberto e segurança. É uma informação a cada
click. O governo, por sua vez, tem tido dificuldades em acompanhar as demandas
da comunidade por causa da velocidade com que essas informações chegam até ele. Se de um lado os problemas existem, do outro,
deve haver, também, a solução para os mesmos.
Essa tem sido a preocupação
constante do líder comunitário Ivonildo Di Lira, que se deslocou de São
Sebastião, DF, até a cidade de São José do Rio Preto, SP, com recursos
próprios, para conhecer de perto novos modelos de gestão pública que sejam
viáveis do ponto de vista político, econômico e social. Segundo ele, a falta de
autonomia política e administrativa das cidades satélites faz com que a máquina
fique emperrada, dificultando ainda mais a vida da população. "Brasília é
uma cidade Estado onde o governador é, também, o grande prefeito, que às vezes
não consegue ser nem uma coisa, nem outra, e os administradores regionais,
meros colaboradores desse mesmo Estado", diz Lira, com conhecimento de
causa.
Ivonildo Di Lira foi o presidente
da Comissão Pró Independência que em 1993 lutou para conseguir a criação da
Administração Regional de São Sebastião. Ele sabia que, depois de criada a RA,
todas as benfeitorias como água potável, esgoto, asfalto e iluminação pública
viriam naturalmente para a cidade. Mas ele, certamente, não contava com a
burocracia e nem com falta de compromisso por parte de alguns governantes.
Ao chegar em São José do Rio
Preto, Lira, como é mais conhecido, ficou admirado com a limpeza do lugar e com
a qualidade de vida da população. As ruas são todas asfaltadas, sem buracos, e
com uma sinalização impecável. "Quando será que São Sebastião também vai
ficar assim, tão linda e maravilhosa? Se São José do Rio Preto tem, atualmente,
cerca de 600 mil habitantes e consegue investir em obras e, São Sebastião, com
apenas 90 mil, não consegue, é porque tem alguma coisa errada", questionou,
ele, ao fazer comparações entre as duas cidades.
As experiências adquiridas em São
José do Rio Preto deu a Ivonildo Di Lira uma visão exata do que é hoje o
Distrito Federal e, em especial, do que é São Sebastião que, com certeza, mudou
o seu modo de pensar e de ver as coisas sobre a própria cidade. Ele também
propõe a elaboração de um projeto que tenha como foco o desenvolvimento da
região a partir da realidade atual. Se isso acontecer, diz ele, São Sebastião
terá dado um passo adiante em relação às demais cidades satélites do Distrito
Federal.