15 de abr. de 2016

Porque sou a favor do impeachment de Dilma Rousseff e contra o sistema de governo que ela representa!

Deputado Distrital Lira (PHS)

Desde muito jovem luto por um Brasil melhor, mais justo e igualitário do ponto de vista econômico, social e político. Em 1983, mesmo não sendo republicano, fui para as ruas, juntamente com o povo, lutar pelas eleições “diretas já” para presidente da república por acreditar na liberdade expressão e em um futuro melhor para

a nação brasileira.

Em 1992 fui um dos caras-pintadas que ocupou a esplanada dos ministérios, em Brasília, para reivindicar o impeachment do ex-presidente da república, Fernando Collor de Mello que, à época, fora acusado de crimes de corrupção. Vários partidos políticos, dentre eles, o Partido dos Trabalhadores (PT), nos acalentavam com palavras de ordem em defesa da ética e da moral. Em todos estes momentos da história brasileira eu estive presente, sempre com muita determinação, coragem e orgulho, porque acreditava, veementemente, que estava fazendo a coisa certa!

Em outubro de 2003 votei em Luiz Inácio Lula da Silva para presidente da república, por afinidade com o seu discurso de inclusão social e também por entender que ele era a pessoa certa para governar o Brasil naquele momento. O seu primeiro mandato foi, de fato, um sucesso, porque manteve a inflação sob controle, reduziu o desemprego e valorizou o salário mínimo. Quanto ao seu segundo mandato já não posso dizer o mesmo, porque foi nele que teve início o mensalão, com várias pessoas de seu governo condenadas por crimes de corrupção, dentre elas, Marcos Valério, seu marqueteiro político de primeira hora!

Com o discurso de quem não sabia e nem viu nada em relação ao mensalão, Luiz Inácio Lula da Silva conseguiu emplacar, nas campanhas eleitorais de 2010 e 2014, Dilma Rouseff e, nas duas ocasiões, o povo brasileiro deu um voto de confiança a ele, elegendo-a presidente da República do Brasil por duas vezes consecutivas. Mas os problemas de corrupção no país, ao invés de diminuírem, se agravaram ainda mais com a crise do mensalão, petrolão e, agora, com a crise da Lava-jato. Todos estes escândalos deixaram os brasileiros perplexos e, por mais que tentassem entender, não conseguiam acreditar no que estavam vendo! De acordo com o poder judiciário, dezenas de bilhões de reais foram desviados dos cofres públicos para pagamento de propina a servidores públicos, parlamentares e membros do alto escalão do poder executivo, resultando, pois, numa crise econômica e política sem precedentes na história da república deste país.

A corrupção no Brasil vem se intensificando desde o golpe de Estado de 1889, liderado pelo então marechal Manuel Deodoro da Fonseca que, aproveitando-se da situação, destituiu o imperador Dom Pedro II e assumiu o poder no país. A monarquia brasileira foi, de fato, trocada pelo sistema de governo republicano presidencialista graças ao golpe de Estado realizado no dia 15 de novembro deste mesmo ano, pelos militares. Em 1964 veio o segundo golpe de estado onde, de um lado, estavam aqueles que lutavam pela implantação do comunismo no Brasil e, do outro, os militares que lutavam a favor da manutenção da paz e da ordem social! Apesar das inúmeras mortes ocorridas no conflito armado, a república continuou a mesma, mesmo depois do restabelecimento da democracia, salve algumas exceções.  Mas foi no dia 17 de março de 2014 que toda a sujeira republicana começou a vir à tona com a deflagração da operação ostensiva da Lava-Jato, onde foram cumpridos 81 mandatos de busca e apreensão, 18 mandatos de prisão preventiva, 10 mandatos de prisão temporária e 19 mandatos de condução coercitiva, em 17 cidades de 6 estados e o Distrito Federal. De lá para cá, a república tem estremecido a cada dia e sangrado a cada escândalo, ao ponto de colocar no olho do furacão a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente da república, Luiz Inácio Lula da Silva. Assim, de crise em crise e de golpe em golpe, o Brasil tem sobrevivido a trancos e barrancos, só não sei por quanto tempo, porque, vai chegar uma hora em que o gigante irá sucumbir à própria sorte, caso ninguém faça nada para impedir a sua destruição. Alguém que impeça a sangria do dinheiro público, preserve as nossas instituições e coloque em segurança o país em que vivemos, seja através das leis ou através de qualquer outro meio eficaz.

Quando ninguém mais acreditava na justiça, surge, no meio da escuridão, brasileiros natos, como o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa e o Juiz Sérgio Morro, do Paraná, para fazerem a diferença no poder judiciário e afirmarem, para todos os brasileiros, que ainda há esperança e uma luz no fim do túnel, quando colocaram na cadeia dezenas de empresários e políticos atrás das grades por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro!

Os meios de comunicação nos trazem a cada dia, novas revelações bombásticas à cerca da corrupção que tomou conta da república brasileira. O Juiz Sérgio Moro vinha conduzindo as investigações da Operação Lava Jato normalmente até bater na porta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do palácio do planalto que, como já era de se esperar, reagiram negativamente contra as ações da justiça. O povo, indignado, foi para as ruas em apoio ao juiz Moro e exigir a prisão de todos os envolvidos. A presidente Dilma Rouseff ficou contra a justiça, contra a nação e a favor do Lula e seus apadrinhados, ao ponto de nomeá-lo ministro chefe da casa civil de seu governo para garantir-lhe foro privilegiado, como se ele estivesse acima da justiça e das leis. Na condição de eleitor de Lula e Dilma, me sinto traído, assim como a grande maioria dos brasileiros que votaram neles, nas últimas eleições, por pregarem uma coisa, durante a campanha e, depois de eleitos, fazerem outra! Principalmente agora quando tentam desencadear uma guerra civil no país simplesmente porque não querem ser investigados por crimes que, supostamente, tenham cometidos!

O pedido de impeachment contra Dilma Rousseff teve início bem antes de Lula ser acusado formalmente de alguma coisa, mas, tanto ela quanto ele, estão tratando do assunto como se fosse golpe de Estado e trazem para o campo ideológico e político assuntos de natureza jurídica e policial apenas para embaralhar a opinião pública, ao ponto de induzir sindicatos, políticos e alguns movimentos sociais ao erro. O Lula, ao invés de colaborar com a justiça e de se comportar na condição de investigado, deturpa os fatos, se faz de vítima e conclama a militância petista a saírem em sua defesa a qualquer custo e, de maneira insana, tenta colocar brasileiro contra brasileiro ao inflamar as ruas com o slogan “não vai ter golpe! ”, e, “em defesa da democracia”, como se fosse, esse, o caso! Não é a democracia que está em jogo, mas a própria nação brasileira que foi lesada em bilhões de reais segundo juristas que investigam a operação Lava Jato. Esses recursos precisam ser devolvidos ao erário público o mais urgente possível e os culpados por crimes de responsabilidade, presos ou afastados da política, independentemente de quem os tenha cometido! O golpe que eles tanto de se referem não passa de um pano de fundo para esconderem a sujeira republicana debaixo do tapete! Isso, sim, é golpe de Estado! Querer permanecer no poder às custas de mentiras e do derramamento de sangue inocente com a desculpa esfarrapa de que estão defendendo a democracia! Por isso defendo a constituição brasileira quando trata o faxineiro e o presidente do país como iguais perante a lei! Espero que, com o poder judiciário, aconteça a mesma coisa em relação aos investigados por crimes de corrupção!

A tentativa de interferência de Lula e Dilma nos poderes judiciário e político foi suficiente para inflamar as ruas e dividir o país entre “golpistas e não golpistas” como, também, fosse esse o caso! Representantes de movimentos sociais e políticos como o MST e PT, chegaram a declarar guerra civil ao Brasil caso aconteça impeachment da presidente da república Entre os apartidários de Lula e Dilma, tem aqueles que defendem a revolução bolivariana como forma de unir os povos da América Latina e estão aproveitando esse momento de fragilidade política no país para propagar tal façanha. Mas a quem interessa essa revolução no Brasil? Quem está por trás dela? O que, de fato, o país vai ganhar com ela? Alguém, por acaso, já pensou nas consequências de uma guerra civil? Apesar da corrupção que toma conta do país, é justificável pegar em armas nesse momento para defender conceitos chavistas? Porque não existe conflito armado sem derramamento de sangue inocente! Será que o povo está preparado para isso? Lutar contra o quê e a favor de quem? Há influências externas? E os líderes dessa revolução, quem são? Todos os detalhes precisam ser levados em consideração e todos os porquês também precisam ser respondidos antes de partir para o uso da força. Lutar, por exemplo, pelo fim do sistema republicano de governo no Brasil pode ser sim, uma justificativa plausível, porque a república já deu o que tinha que dar, mas pelo bolivariano não! O Brasil precisa de um braço forte para governa-lo e que, ao mesmo tempo, seja um exemplo para a nação em termos de civilidade e de respeito. Coisa impossível na atual república.

A revolução que os brasileiros precisam promover nesse momento é a da educação, dos valores morais e da ética, colocando-se no poder pessoas que tenham como foco a qualidade de vida da população!  Fala-se muito mal dos políticos mais, talvez, o problema não esteja apenas neles, mas na república que, na opinião de muitos estudiosos no assunto, está afundando o país em um mar de lama de corrupção e, junto com ela, quer levar todos os cidadãos brasileiros.

Concluo estas minhas palavras dizendo que, por muito menos, Collor de Mello foi afastado da presidência da república e, Dom Pedro II, do império. Por isso não se pode fazer vista grossa para os crimes de responsabilidade cometidos por Dilma Rousseff e, Lula, no caso da Lavo-Jato. Nenhum deles podem estar acima das leis e da justiça! E que é um erro confundir caso de polícia com ideologia política e, muito menos, ainda, tratar o impeachment como se fosse um atentado à democracia. Mas, infelizmente, grande parte de artistas e intelectuais brasileiros, a exemplo dos movimentos sociais ligados à esquerda, se deixaram levar pelas falsas palavras do ex-presidente da república ao ponto de se juntar a ele nas manifestações contra as investigações da Lava-Jato e contra o próprio impedimento de Dilma Rousseff. Sugiro, pois, para os brasileiros de bem, que vá às ruas neste domingo, vestidos de verde e amarelo, para apoiar a votação no plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília, a favor do afastamento da presidente da república. Essa página precisa ser virada o mais urgente possível para que o nosso país volte a crescer e a nossa gente sorrir novamente!

Deputado Distrital Lira  (PHS)

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