Apesar do transtorno causado pelo suposto envolvimento do deputado Rogério Ulysses, único deputado distrital da cidade, na operação Caixa de Pandora, a comunidade de São Sebastião se prepara para lançar um nome de consenso entre as suas lideranças comunitárias para disputar uma vaga na Câmara Legislativa, a exemplo do que tem acontecido com outras regiões administrativas como Ceilândia, Taguatinga e Sobradinho, que têm elegido os seus próprios representantes. Uma campanha de conscientização já foi lançada entre os eleitores que pede para eles votarem em candidatos da própria cidade e fecharem o cerco contra os candidatos de fora, tidos como copa do mundo, que só aparecem de quatro em quatro anos.
A população de São Sebastião descobriu que tem, sim, condições de eleger o seu próprio deputado distrital para ter voz na Câmara Legislativa. Com isso ela acredita conseguir os recursos necessários para serem investidos em infra-estrutura, saneamento básico, cultura, educação, lazer, saúde, esporte, entretenimento e, lógico, ter alguém com poder de voto para defender os interesses da cidade, quando necessário.
O colégio eleitoral do qual São Sebastião faz parte tem, atualmente, segundo dados da 18ª Zona Eleitoral, 82 mil eleitores, onde, segundo estimativas, 50% desse eleitorado esteja concentrado somente na cidade de São Sebastião.
A Campanha de conscientização impetrada pela população de São Sebastião já tem surtido efeito entre os moradores que contabilizou, até agora, cerca de 20 pré-candidatos que estão filiados em diferentes partidos políticos. Caso aja mesmo o consenso entre eles, o escolhido terá o apoio de todos os outros candidatos, independentemente da coligação que cada um faça parte. A meta, segundo a campanha do voto consciente lançada pela população, é eleger um deputado distrital da cidade, não importa o partido político pelo o qual ele possa ser eleito. Mas, para isso, o candidato terá que preencher alguns requisitos, como por exemplo, ser morador antigo da cidade, não estar envolvido em escândalos de corrupção, ter prestado relevantes serviços à comunidade ao longo dos anos e acima de tudo, que tenha boas propostas.
Acredita-se que dos 20 pré-candidatos apenas 5 ou 6 passem nas convenções de seus partidos que acontecerão até o dia 30 de junho. Dentre os nomes que têm se destacado, até agora, são Ivonildo Di Lira (PHS), ou simplesmente Lira , como é mais conhecido, Josino Alves (PMDB), Professora Ana Rosa (PPS), Saulo Dias (PT) e Geraldo do Vôlei. Como o deputado Rogério Ulysses (sem partido) e o presidente da Associação Comercial de São Sebastião, Júnior Carvalho (PRB), estão fora da disputa eleitoral deste ano, o embate político deverá mesmo ocorrer entre Lira e Josino Alves, ambos pioneiros na cidade e com serviços prestados à população. Mas dependendo da quantidade de votos, Lira poderá levar a melhor por causa da legenda que, com 7 ou 8 mil votos, conseguirá ser eleito, por ele estar concorrendo por um partido pequeno, enquanto que o Josino, que pertence a um partido grande, terá que ter, pelo menos, de 18 a 25 mil votos, uma vez que estará disputando o voto com veteranos como os deputados Benício Tavares, Eurides Brito e o ex-deputado distrital Odilon Aíres, ambos do PMDB. Neste caso, os votos do Josino servirão para ajudar a reeleger um desses caciques políticos, porque, dificilmente, irá ultrapassá-los em quantidade de votos.
Segundo os organizadores da “Campanha do Voto Consciente” os eleitores de São Sebastião não são bobos e por isso mesmo, na hora de votar, irão decidir por aquele candidato da cidade que esteja preparado do ponto de vista intelectual e com chances reais de ser eleito. Para eles, o candidato tem que ter conteúdo e, isso, o Lira tem!
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