17 de abr. de 2012

Folha de bananeira

por Arthur Fernandes

 Em ano de eleição municipal, em que a rivalidade exacerba as diferenças políticas e as disputas por votos entre os atuais vereadores de Uberlândia, a criação de termos pejorativos para atacar colegas no plenário também se intensifica e atinge níveis que beiram o humor, se não fosse trágico, já que nós contribuintes é que mantemos os altos salários dos “nobres edis”. Ontem, na sessão da Câmara Municipal, um vereador foi taxado de “folha de bananeira”. A “alcunha” foi dada, porque o vereador mudaria de posição com frequência, a exemplo do que ocorre com a folha de uma bananeira, que muda de posição conforme o vento bate. Na tribuna, Wilson Pinheiro (PTC), que teria sido o alvo do apelido, afirmou que a folha dele é igual a da árvore que origina o seu sobrenome. “Sou igual o Pinheiro que a folha não balança”, afirmou.

Ex-comunista

Wilson Pinheiro chegou a ser questionado sobre como um ex-comunista e ex-secretário de governo do ex-prefeito Zaire Rezende (PMDB) pôde tornar-se o líder do governo Odelmo Leão (PP) na Câmara Municipal. Quem questionou o líder do Executivo foi o vereador Adriano Zago (PMDB). Como ambos são evangélicos, a resposta veio em forma de pregação bíblica. Pinheiro citou o exemplo do apóstolo Paulo, que antes de se converter ao cristianismo, perseguiu cristãos. “Já andei com gente ruim, mas agora estou andando com gente competente. A pessoa pode cometer erros, mas se arrepende e depois é perdoado”, afirmou Wilson Pinheiro.

Collor e Sarney

Para Pinheiro, o PT é que merece a alcunha de “folha de bananeira”. “Antes de ser governo, o PT fazia a campanha ‘Xô, Sarney!. Hoje, eles são ‘sô, Sarney’!”, afirmou, também citando a proximidade recente entre o PT e o senador Fernando Collor (PTB). Para o PMDB e especificamente o vereador Adriano Zago, o líder do prefeito fez críticas duras e deixou um recado. “O Adriano (Zago) é inexperiente e está entrando em briga de gente grande. Ele apareceu agora e fica pondo a mão na cumbuca. Eu ainda não dei uma nele”, afirmou Wilson Pinheiro.

FRASE

“O PMDB é o partido com a maior relação de corruptos por metro quadrado”.

Wilson Pinheiro (PTC)
Vereador e líder do Executivo na Câmara
 
Ele utilizou a tribuna da Câmara ontem para se defender do apelido de vereador “folha de bananeira” e atacou o PMDB

Algo em comum

Além de estarem travando discussões e trocando ofensas com frequência nas últimas sessões da Câmara, Wilson Pinheiro e Adriano Zago têm outra coisa em comum. Ambos começaram a atual legislatura em um partido e vão terminar em outro. Wilson Pinheiro era do PPS e foi para o PTC. Zago era do PSC e foi para o PMDB. Outro traço de igualdade é quem ambos mantiveram o mandato e conseguiram justificar a mudança de legenda, fugindo do entendimento recorrente da Justiça Eleitoral, de que o mandato pertence ao partido e não ao candidato.

CURTAS

O efeito “folha de bananeira” não é novidade na Câmara Municipal de Uberlândia. Há quem defenda um lado da política uberlandense com fervor hoje em dia, mas que teve início em outra frente partidária antagônica lá atrás.

É o caso do vereador Antônio Carrijo (PP). Fiel escudeiro atualmente do prefeito Odelmo Leão (PP), ele foi eleito pela primeira vez no PMDB.

Outro exemplo na Câmara é o da vereadora Jerônima Carlesso (PPL). Eleita pela primeira vez no PMDB, ela passou pelo PSDB e PP antes de chegar ao PPL. Feroz defensora da administração Odelmo Leão nos últimos tempos, neste último ano de mandato, Carlesso é um dos nomes mais cotados para ser vice na chapa do pré-candidato Gilmar Machado (PT) à prefeitura de Uberlândia.

Mais ônibus na rua

Percentual de veículos 0km nas vias do DF vai subir de 15% para mais de 90% a partir do começo de 2013. Decisão ambientalmente responsável reduzirá emissão de poluentes na atmosfera e não aumentará valor das passagens Victor Ribeiro, da Agência Brasília

O Governo do Distrito Federal vai prorrogar por 40 dias a abertura do processo licitatório que irá mudar todo o sistema de transporte público no DF. A prorrogação foi necessária para que o GDF pudesse adaptar a proposta, que recebeu 23 questionamentos de entidades distintas e uma recomendação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). A principal alteração é o considerável aumento na quantidade de ônibus novos que começarão a circular no início de 2013.

No dia 2 de março, o GDF anunciou que, no primeiro momento, aproximadamente 15% da frota antiga seria substituída por novos veículos, enquanto os demais 85% seriam trocados gradativamente. “Agora, vamos estudar uma forma de substituir imediatamente entre 90% e 100% da frota, tomando o cuidado de garantir que não ocorra aumento no valor das passagens”, destacou o secretário de Transportes do DF, José Walter Vazquez, acrescentando que esse novo modelo ficará pronto nos próximos dias.

Para Vazquez, ouvir as entidades de classe e órgãos públicos que se pronunciaram sobre a licitação foi fundamental para aumentar a sintonia do governo com as necessidades da população. “Seria pretencioso demais pensar que uma situação que se perpetua por 50 anos poderia ser resolvida sem ouvir esses agentes externos”, avaliou.

A licitação, prevista inicialmente para começar na próxima quarta-feira (18), será lançada no dia 28 de maio. A previsão é de que os novos ônibus estejam em circulação em fevereiro de 2013.

Adaptações – O principal aspecto levado em consideração foi a redução da quantidade de poluentes emitidos na atmosfera. Isso será resolvido com a retirada em massa de ônibus velhos das ruas e a adoção do padrão Euro 5, que prevê o uso de veículos movidos a energia elétrica, biodiesel ou outras formas de combustível limpo, de acordo com a tecnologia disponível quando ocorrer a licitação.

Para garantir que não haja aumento no valor das tarifas, somente os ônibus articulados (os chamados BRTs, que vão circular pelos corredores exclusivos) deverão vir, obrigatoriamente, equipados com ar condicionado. Nos demais, o aparelho será opcional.

Já o sistema de posicionamento por satélite (GPS), será instalado em todos os veículos e vai possibilitar que a frota seja controlada por um centro de controle operacional. Essa medida evitará atrasos e possibilitará que os passageiros consultem os horários dos coletivos, por meio de torpedos de celular, na internet e em painéis disponíveis em 80% das paradas de ônibus.
 
Planaltina – Uma outra licitação, em caráter emergencial, irá contratar 80 novos ônibus para operar as linhas da cooperativa que foi à falência em Planaltina. “Eles vão começar a circular na segunda quinzena de maio e ficarão nas ruas até o fim do ano”, explicou o secretário de Transportes, José Walter Vazquez. Essa outra concorrência será aberta amanhã (17 de abril) e publicada na edição de quarta-feira (18) do Diário Oficial do DF.

9 de abr. de 2012

Uma vez no jogo, lute para ser você, o grande vencedor!

O cineasta espanhol Marcelo Piñeyro lançou, certa vez, um filme com o título “O que você faria?” que, com certeza, serviu de inspiração para muitos executivos modernos. A trama do filme se passa em uma sala fechada, com apenas sete pessoas, com o mesmo nível intelectual e profissional que a outra, disputando uma única vaga de emprego numa grande companhia. O contato que tinham com o RH era através de computador que, de vez em quando, lhes transmitia uma mensagem sobre as regras do jogo. Elas achavam que alguém de carne e osso iria lhes entrevistar. Ao contrário disso, ficaram sozinhas para planejar e tomar as suas próprias decisões. Das sete pessoas na sala apenas uma não estava ali por causa do emprego. Um psicólogo da empresa foi infiltrado no grupo com o objetivo de provocar todo tipo de situação. Só que elas não sabiam disso. Poderia ser qualquer uma da sala. O psicólogo espião tinha como meta avaliar os candidatos quanto à confiabilidade, companheirismo e honestidade. Principalmente diante de situações de conflito e embaraçosas. Aquele que não desse a resposta certa seria eliminado do jogo e da sala. Diversos assuntos foram abordados por eles. Desde a vida pessoal a vida profissional. Não demorou muito para que a desavença entre eles começasse aparecer. Para se manterem no jogo e na sala foram capazes de mentir, roubar e até de se prostituírem. Para eles, qualquer sacrifício era válido para se chegar ao topo, não importando, pois, os meios e nem os caminhos pelos quais teriam que percorrer para conseguirem os objetivos.
Da ficção representada por Marcelo Piñeyro para a realidade atual, diria que as duas se complementam, tendo em vista o senso comum e a idéia que as pessoas têm de si mesmo.  Aonde o prazer e a realização profissional vêm sempre em primeiro lugar.
As empresas, de modo geral, são capazes de tudo para recrutarem os melhores profissionais do mercado. Seja para realizar as tarefas mais simples, de um departamento, seja para ocupar um cargo executivo. Para isso, recorrem com freqüência a anúncios de jornais e a meios nem sempre ortodoxos. Tudo isso para aumentarem a competitividade entre si em um mundo cada vez mais globalizado e conectado. Na guerra dos negócios vence o que for mais forte, astuto e competitivo. Elas sabem que, para sobreviverem, além de bons produtos e serviços, precisam de pessoas qualificadas, proativas, com visão empreendedora e que lhes proporcionem grandes lucros.
Até pouco tempo atrás o diploma de nível superior não era exigido pela maioria das empresas brasileiras para cargos de chefia. Com a abertura do mercado internacional, o que era exceção, passou a ser uma regra. Os executivos daqui, para competirem de igual para igual com os executivos estrangeiros, tiveram que se adaptar aos novos tempos. Entenderam que além da graduação e mestrado, precisavam concluir um curso de doutorado e dominar, pelo menos, dois ou três idiomas, além do português. É uma questão de sobrevivência. Neste mundo cão não existe meio termo. Ou a pessoa se qualifica para o mercado de trabalho ou é deixada para trás.
Agências de emprego especializadas no recrutamento e seleção de executivos em todo o mundo sabem que tempo é dinheiro e, quanto mais rápido encontrar a pessoa certa para os seus clientes, melhor. O método utilizado por essas empresas está focado, geralmente, no fator psicológico, emocional e criativo de cada um dos candidatos. Elas querem saber, por exemplo, até que ponto a pessoa tem espírito de liderança e é capaz de tomar decisões difíceis, em momentos adversos, sem colocar em risco a própria imagem e a imagem da empresa para a qual pretende trabalhar.
O processo de avaliação dos candidatos varia, muitas das vezes, de agência para agência, mas todas têm o mesmo objetivo, que é o de escolher o profissional ideal. As entrevistas de emprego podem acontecer individualmente ou em grupo, dependendo da situação. Se a entrevista for individual o entrevistado precisa ser o mais honesto possível a cerca das informações prestadas. Quando a entrevista ocorre em grupo, mais atenção ainda. Especialistas em recursos humanos costumam aplicar testes de QI para serem solucionados coletivamente. Os candidatos não sabem, mas enquanto desenvolvem tais atividades, são avaliados discretamente por psicólogos graças aos recursos tecnológicos. Esse método de avaliação consiste em analisar os candidatos à distância em todos os aspectos. Desde o comportamento individual, em relação aos outros colegas de sala, à maneira que cada um apresenta as suas ideias, questiona e toma decisões. Eles estão de olho naquele que poderá vir a ser o líder natural do grupo e que consiga se sobressair em relação aos demais pela criatividade, competência e dedicação. A convivência entre ambos nem sempre é pacífica. São como cães e gatos que brigam entre si para conquistar o próprio espaço. Neste caso, o que você faria? Aceitaria participar do jogo, para vencer os seus adversários, ou desistiria dele, logo de início?
Da mesma forma que as empresas brigam entre si para terem os melhores executivos do mundo, os executivos, por sua vez, cada vez mais jovens, também brigam entre si para chegarem ao topo, de olho, claro, nos melhores salários e status. É uma briga de foice, onde a ética e a moral nem sempre prevalece. As questões familiares, por exemplo, quase sempre estão em segundo plano, já que têm aqueles que preferem a carreira a se casar e terem filhos.
O papel desempenhado pelos personagens do filme de Marcelo Piñeyro se aplica a qualquer candidato a emprego atualmente. Mas é importante lembrar que tudo na vida existem exceções e liberdade de escolha. Ninguém está obrigado a fazer algo que não queira só para satisfazer os caprichos de outra pessoa. E que teoria e prática qualifica o profissional para o mercado de trabalho. Uma vez no jogo, lute para ser você, o grande vencedor! 
Ivonildo Di Lira
Presidente do Imperial Clube do Brasil  - ICB