13 de nov. de 2010

Não se pode generalizar na política

Estamos no século XXI e, pelo visto, muitas pessoas ainda não evoluiram o suficiente para saber que a realidade atual é bem diferente de antigamente, de quando os políticos só enxervagam o próprio humbio. Eu estou tentando fazer a minha parte, como pessoa que está interessada em defender o bem público, que é de todos nós! Aconselho a essas pessoas para também somar comigo na defeza de um novo modo de fazer política, a partir dos princípios éticos e morais. Generezar a política, como se todos fossem ladrões e corruptos não é legal, porque esse tipo de pensamento faz com a pessoa perca a esperança de dias melhores. Neste mundo cruel temos que acreditar em alguém que esteja disposto a trilhar o caminho da verdade e, embora seja difícil, é possivel.

1 de nov. de 2010

Enfim uma mulher pode voltar a governar o Brasil *

Bruno de Cerqueira **

Está feito. A maioria do eleitorado votante do Brasil elegeu Dilma Rousseff
como Chefe de Estado e Chefe de Governo a ser empossada em 1º de janeiro de
2011, em Brasília.

Sua Excelência a Senhora Dilma Vana da Silva Rousseff, antiga Ministra de
Estado Chefe da Casa Civil e das Minas e Energia, nascida em Belo Horizonte
aos 14 de dezembro de 1947, é filha do imigrante búlgaro Petar Rusev,
advogado e poeta, e da Senhora (nascida Dilma Jane da Silva).

A Professora Dilma Jane Silva Rousseff, mãe da Presidente eleita, nasceu em
Nova Friburgo (RJ) e parece ter alguma ascendência mineira. Infelizmente
ainda não possuo nenhuma informação pormenorizada sobre as ascendências
búlgara e brasileira de Dilma Rousseff, mas certamente meus amigos do
Colégio Brasileiro de Genealogia (CBG) logo providenciarão...

Neste segundo turno do pleito presidencial brasileiro recebi um sem-número
de mensagens eletrônicas de familiares, parentes, amigos, conhecidos e
desconhecidos. Tinham por objetivo demonizar Dilma Rousseff ou demonizar
José Serra. Entendendo que isso configura um pecado grave, deletava todos.
Sou membro do Partido Verde (PV) e fiz campanha para Marina Silva no
primeiro turno. Agradeci a Deus Todo-Poderoso porque minha candidata, aquela
por quem nutro viva simpatia e reverência desde pequenino, e meu partido,
abraçaram a neutralidade programática no segundo turno.

Apesar de ponderar mil motivos para votar em José Serra e mil motivos para
votar em Dilma Rousseff e, também, mil motivos para não votar em nenhum dos
dois, recuso-me completamente a ver meu amado País cindido em dois, rasgado
pelos ódios, preconceitos, rixas, vilezas em geral. Tal como faz a
hierarquia católica e enquanto seguidor dessa religião, sempre admoesto meus
amigos, sejam partidários do PT, do PSDB, do PV ou de qualquer agremiação
político-partidária, a se lembrarem que o BRASIL é maior do que todos e deve
estar acima de tudo, como defendiam D. Pedro II e D. Isabel I.

Agora me dirijo a todos os estimados compatriotas para exaltar o simbolismo
da eleição de Dilma Rousseff. Após 122 anos do último governo feminino de
nossa História — a terceira e última regência da Redentora (1887-1888) —,
seremos novamente governados por uma mulher.

Foi uma mulher que nos governou em agosto-setembro de 1822, presidindo o
Conselho de Estado do Reino do Brasil que enviou as missivas ao
Príncipe-Regente D. Pedro de Alcantara fazendo-o ver que a Independência era
o clamor dos que aqui viviam. Com efeito, D. Maria Leopoldina (1798-1826) é
a primeira governante do Brasil: uma princesa austríaca, membro da mais
importante e gloriosa dinastia católica do mundo — a Casa de Habsburgo. Em
1º de dezembro de 1822 ela foi coroada e sagrada imperatriz-consorte do
Brasil com seu marido, na antiga Sé-Catedral Imperial do Rio de Janeiro,
recentemente restaurada em sua magnificência, graças à visão superior do
antigo Prefeito Cesar Maia.

A rigor, até mesmo a Rainha Senhora D. Maria I (1734-1816), conhecida
historiograficamente como “a Louca”, mas que antes desse cognome era
conhecida popularmente por “a Piedosa”, pode ser considerada primeira
mandatária do Brasil, visto que a Regência de seu filho D. João reinava em
seu nome. Contudo, a partir de 1799, ela era oficialmente incapaz por doença
mental, o que a fazia apenas rainha nominal. O Príncipe Regente D. João só
foi aclamado D. João VI quando a idosa e enferma rainha morreu, em plagas
cariocas, a 20 de março de 1816.

Portanto, a Imperatriz Senhora D. Maria Leopoldina e sua neta D. Isabel
Christina Leopoldina Augusta, são as duas grandes governantes de nossa
História. Que suas biografias sejam conhecidas e ilustradas e que sua
exemplaridade sirva à recém-eleita Presidente (ou Presidenta) do Brasil.

Certa vez, fiquei impressionadíssimo com o fato de estar escrevendo a parte
final do livro de nosso Instituto (D. Isabel I a Redentora: textos e
documentos sobre a Imperatriz exilada do Brasil em seus 160 anos de
nascimento. Rio de Janeiro: IDII, 2006) e entrar em uma livraria-sebo do
Centro do Rio Antigo e me deparar com um livro do grande pensador mineiro
Prof. João Camillo de Oliveira Torres. Trata-se da obra Interpretação da
Realidade Brasileira: introdução à história das ideias políticas no Brasil.
À página 308, ele diz:

O Brasil é algo que se prolonga, com Casa-Grande e Senzala, Sobrados e
Mocambos, Apartamentos e Favelas. Talvez, um dia, uma D. Isabel rediviva
saiba conseguir um Brasil em que o Poder Moderador (cuja importância soube
tão bem compreender), e que é a hipóstese do Estado, como o brasileiro o
sente, paternal e benevolente, dê casas parecidas a todos... Brancos e
pretos. E termine a contradição.

Estou plenamente ciente de que a presidência do sociólogo Fernando Henrique
Cardoso e a presidência do operário Luiz Ignácio Lula da Silva iniciaram
este processo. Trabalhei para que a historiadora Marina Silva representasse
essa “D. Isabel rediviva”. Contudo, interpreto os resultados das urnas como
parte do grandioso processo de evolução sócio-histórica de meu País e quero
formular, desejar e rezar para que a economista Dilma Rousseff possa
adiantar muito do que se tem de fazer, mormente promovendo aquilo que o
Senador Christovam Buarque chama de “revolução pela educação” e que nosso
instituto denomina “neoabolicionismo”.

Agora, como cidadão que me considero “do Bem”, coloco minhas preces e meu
labor — ORA ET LABORA não é o lema de perfectibilidade dos beneditinos (?) —
a favor do País e estimo que nossa Presidenta eleita possa administrar com
tenacidade e destreza esse imenso e portentoso Brasil. Que suas qualidades
pessoais e o Cristianismo que professa sejam verdadeiramente o fio condutor
da gradual extinção dos escândalos de corrupção governamental que clamam aos
Céus por justiça e que sua condição feminina seja luz para os desamparados
filhos da Virgem da Conceição Aparecida.

Viva o Brasil.